sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Quando a luz apaga

Os olhos dele fixam no chão, mas seu coração está em outro andar.
A garota sem jeito, pega em sua mão,
Mas nem seu tato, nem seu paladar respondem

Pesado, cinza, confuso.

Calmo, o menino vermelho se concentra e solta palavra por palavra.
Os gestos dele, pequenos, tem uma delicadeza triste nos movimentos
E sua alma cansada, se despedindo há dias, não acha as palavras certas.

Quieto, amoroso, confidente.

Ele está ali, pra quem quiser ver, deitado ao lado.
Suas sardas estão mais encantadoras do que nunca, ele não sabe.
Oitavo andar. Oitavo cinza andar.

Acompanhante, amigo, filho.

Todo herói tem sua criptonita, ele imagina.
Seu paladino pessoal brincou com a vida. Fumaças. Cigarros. Venenos.
Apagados há quinze anos, se vingaram um dia, apagando sua vida em prestações.

Triste, resignado, calado

Quando luz daqui apaga e acende outra no andar de cima
Mas lá, nosso elevador ainda não pode subir.
Só o herói do menino vermelho tem autorização.

Calmo, lento, vazio

Últimos momentos, últimos olhares, uma lágrima cai seca.
Adeus e até breve, meu amigo
O menino vermelho de olhar castanho te ama muito

Um comentário:

Carol Gonçalves disse...

Que lindo... entendi tudo, amiga. Força para vcs, principalmente para o menino vermelho. Bjs