terça-feira, 26 de agosto de 2014

La donna ha perso sulla strada



E vamos lá: cá estou em minha guerra fria particular, bagunçando a geografia dos meus pensamentos com um probleminha de demografia no órgão cardíaco.

Não bastasse a triste divisão pelo nord, agora acontece uma improvável anexação pelo sud.

Não estou reclamando: mas são coisas que não contava e tenho medo de estragar os livros didáticos para sempre... Mas conto que não foi previsto ficar sozinha e com frio em Milão, achar que o mundo ia acabar, pegar uma estrada e, depois de um tempo considerável - dez semanas ou dez anos, meus pés descalços já não sabem - chegar à inexplicável e quente Nápoles.

Mas a geografia se faz com a história e nós, os cartógrafos, insistimos em fronteiras inimagináveis, né?

Ma potrebbe essere stato un sogno.
Arrivederci. 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Sereníssima República da Mooca: Va bene, è noi.

mooca
guarda só!

As pessoas pensam que falamos de um bairro.

Amici, è muito mais che questo. São 460 anos!

Vamos começar com o conceito de estado independente, tipo um Vaticano encravado em São Paulo: temos bandeira, hino (Duvida?), ícone no face, clube com um time de tradição de 90 anos e até dialeto.

Aliás, a língua é uma coisa engraçada, pois falamos português perfeitamente (sic), ma a volte cambiamo com o mooquês, assim... Como che non quer nada. Os "S" vão parar no Tatuapé na cucuia... Tudo mezzo pazzo! Siamo poliglotta.


Noi até saimo da Mooca, ma a Mooca non sai da gente: se você comentar da Pizzaria do Angelo com um mooquense e, se ele tiver morando longe dos "patrício", note que seus olhos irão marejar.
Aqui a minha campanha:
Fogazza de verdade non è pastel! rs

Autro fatto: esta "fogazza" que mangiam por aí é um insulto às mama da paróquia qui. Vocês jamais, JAMAIS saberão o que é uma fogazza até virem em Junho na São Pedro Apóstolo (a tempo: Fogazza é uma massa fofa de batata saborosíssima com mozarela derretendo loucamente entre pedacinhos quadrados de tomate suculentos).

Amico meu foi pro Canadá e explicou a geografia brasileira: tem a Amazônia, as praias e a Mooca. Todo mundo na aula concordou: è noi.

Ps: Este texto é uma doce brincadeira com o pedaço mais apaixonado de São Paulo e por esse gracioso bairrismo exacerbado.

Keep Calm e toca pra Di Cunto!

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Natal: Presente!

O importante no Natal é o presente.
Mas não o objeto num embrulho bonito, contanto pode ser também uma lembrança para alguém do presente.

Ah esse tempo verbal de agora!
É urgente conjugar com quem se ama, pra não ficar no passado...
ou sem futuro.
Ou quiçá um futuro do pretérito, que é ainda é pior.

O presente é o único que podemos mudar, em tempo real.
Não se omita, apareça, sorria.
Datas importantes merecem estar presente, afinal você pode ser o presente de alguém.
Sendo presente, você também ganha... não tenha medo.

Se dê esse presente para não ser um borrão num pretérito imperfeito...
Celebre a vida para não se tornar uma lembrança vazia, uma foto sem rosto.

Não se esconda em necessidades mundanas, perecíveis, temporais:
você teve 365 dias pra fazer diferente, porque magoar alguém num dia tão importante?
Faça parte da vida de quem te ama.
A vida é curta, meu chapa.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A vida é mais fácil com olhos fechados

Acordou assustada. Seis e meia. Barulho. Tumulto.
Há pouco estava em outro mundo. Parecia real.
Era um sonho se realizando. Eram sorrisos, planos.

Sim, parecia real, meu Deus. Ela se via tão plena.
Parecia que ia acontecer. Tão feliz aquele momento, ahhhhh
Talvez o rumo da vida de seus amigos tenham influenciado aquele pensamento
Ah, sem perceber ela vivia aquilo que achava fantástico na vida de outros

Esse cotidiano para a maioria, para ela é especial, é sonho.
Que sonho bom.
Que triste acordar


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

No fundo, todas estamos fantasiadas. Malditas princesas!


Podemos ser adolescentes ou balzacas, indias ou sardentas, executivas ou professoras...

Mas lá no fundo, ahhhh queremos jantares à luz de velas e flores. Malditas princesas: ainda pagamos caro por querermos uns clichês... Afinal, lá no fundo, a vida precisa de pontos de referências para dividir as coisas.

Sim, parece besta, mas... queremos.

Gastamos o salário pra tentarmos sermos inesquecíveis, da unha à lingerie, do corte de cabelo à delicada arte de fazer aquele delineador parecer um olhar natural. Fortunas em terapias, academias... Isso sem contar o dia a dia, que não podemos nós dar ao luxo de relaxar no profissional. Sermos tudo... E nada! Ninguém quer ficar pra trás, estudando até de madrugada e atualizando seus cvs.... Afinal, todas temos objetivos pessoais (ou ao menos deveríamos ter).

Mas voltando ao quesito fadas que nos puxam pro fundo do mar: sIm é claro que parece ridículo, mas gostamos de datas, de cartões, de símbolos. Frases que marcam vidas como "casa comigo?" Ou "Vamos construir uma vida juntos?".

Cadê o espírito do velho e bom João de Barro?

Digo isso porque às vezes cansa tentar ser a desencanada. A que resolve tudo. Cansa e dói a coluna. Às vezes queremos colo. Queremos ser cuidadas, não só cuidar. Não somos heroínas, que engolem sapo o tempo todo e que ainda mantemos o frescor de uma propaganda de absorvente por 24h. Não!  Queremos encrenca, meu velho... Não somos perfeitas e paradoxalmente corremos atrás disso.

E qual Cinderela nunca se decepcionou com vales-presentes ou lembrancinhas "úteis"? Conheço uma amiga que ganhou um pacote do tamanho dela de... Sucrilhos.

Cadê a boa e velha surpresa? ( tá, o Sucrilhos foi uma surpresa pra ela). Mas é que cansa só a magia ficar a cargo da princesa... Poxa pesquise, se interesse pela sua garota, rapaz... Que isso! Se não vale a pena se esforçar, porque está com ela?

Ah, queremos mimos sim, assim como todo ser humano. E, vindos de um Falcon com aquele sorrisinho sem graça então, derretemos.  Eu particularmente a-do-ro quando erram: quer dizer que pelo menos tentaram... E isso não tem preço.

E, aqui pra nós - vocês homens conhecem o caminho das pedras, vá: são bem espertinhos no início, quando o beijo da moça é uma incógnita e seu abraço ainda uma surpresa.

Ah, malditas princesas: nunca ganharam um envelope de dinheiro de aniversário de namoro!

sábado, 20 de julho de 2013

Quanto tempo!

Não sei vocês, mas atualmente o que mais me falta são horas no dia. Gerenciar nossos relógios tem sido cada vez mais complicado: parece que quanto mais tecnologia, menos espaço na agenda!
Domenico Di Masi, teu futuro ainda não chegou, querido.
Não tenho tempo pra minha família, pra curtir afetos dessa vida tão breve: adoraria poder ouvir minha mãe falar "resumindo, filha..." e deixá-la devagar detalhadamente a história das mil e uma noites pra terminar com "vou desligar porque também estou com pressa";
Me faltam aqueles minutos pra entender o mundo lúdico do meu irmão;
Preciso de um encaixe pra ver minhas comadres... Fui madrinha de tantos casamentos e hoje vejo os casais menos de uma vez ao ano;
E cadê aquela horinha pra estudar tudo que preciso?
E as noites pra ler os clássicos?
Manhãs pra levar minha Witty pra passear, sem pressa, nem pensar...
Meu quarto está uma torre de babel - o projeto feng-shui grita sufocado pra ser ouvido;
Estou com falta também de dias pra ganhar dinheiro de verdade, criar projetos autorais, lapidar idéias que estão na gaveta;
Só me restam madrugadas pra fazer atividades físicas;
Sabe, queria eu poder fazer as unhas tão rápidas quanto a equipe do box da Ferrari troca quatro pneus... 

Enfim, escrevo este post no metrô, entre um compromisso e outro, porque é o meu único horário que me sobra.

Ops, já cheguei na Paulista e enfim não me atrasei.


quinta-feira, 9 de maio de 2013

Cento e oitenta graus

Era Março. É Maio.
E no meio, um Abril que se foi.
Estranho no início, mas inevitável.
O impresso virou digital,
o estático agora é movimento,
e o cmyk é rgb.

E por falar em cor,
o cabelo escureceu,
o guarda roupa mudou e
as noites ganharam saúde.

Ah sim, ganhei tempo.
E, se tempo é dinheiro, estamos quites.
O conhecimento é cintilante,
as pessoas, receptivas,
e a metamorfose inevitável.

O medo que nos paralisa
é o outro lado da moeda
de um mundo que gira.