domingo, 17 de abril de 2011

The long and winding road

Ela permaneceu em silêncio. Aquele silêncio que machuca, que faz segundos durarem anos no negro da noite.
Foi aí que tudo veio a tona: seu vestido roxo, seus passos apressados em frente a livraria. E a primeira vez que trocaram olhares em frente ao cinema. Aquelas sardas.
Mas sua solidão cinza nos últimos tempos também a assolaram - e são estas que afirmaram sua escolha.
E ela não merecia. Não merecia aquelas meias-palavras, meios-olhares, meia-presença...e fins-de-semana vazios, loucos para serem preenchidos.Tudo porque se entregou por inteiro, olha que ironia...e sua alma estava ficando desgastada, desbotada.
Mas ontem um buquê correu à sua presença. Amarelo, feliz, vindo de uma noiva radiante vestida de sol.
E se "para encontrar a felicidade, a dor é inevitável", como lhe disseram,
com certeza ela precisa se apaixonar de novo... só que por ela mesmo.

Um comentário:

Anônimo disse...

que triste fim.